Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Segundo Dia


Nem sei bem o motivo do título "segundo dia" , parece coisa de querer ser Deus, deusa ou deus, asim que o escrevi lembrei de uma música antiga do Alceu Valença. Não lembro o nome mas fala sobre uma segunda manhã e de como o cara se sente ao acordar sem o seu amor.Fico de cara (ainda)com os pensamentos voando dentro da cabeça , fazendo ligações .... Passsei um bom tempo diante dessa tela tentando fazer um perfil, editar, enfim operar essa coisa com cara de outra dimensão..me sentindo uma dinossaura noiada....até descobrir que havia esquecido minha senha e pior o usuário....já percebo q o tempo andou brincando comigo..e eu nem sorri ....espero q o dia de hj seja diferente dos dois últimos....ou pelo menos minha atitude diante dele....ah sim! tenho tantos trabalhos para fazer e estudar para uma prova idiota.....eu não gosto das quintas....parece que tudo q acontece de sem graça na vida acontece nesse dia perdido da semana. Não sonhei durante a noite ....ou não lembro...mas para o dia já tenho alguns no ponto....
Tô na dúvida ...colocar ou não um texto e se colocar ..qual?
pensar, pensar, pensar......
Sim ....tudo é óbvio demais em mim...Fernando Pessoa. Começo com ele e decido que todos os dias coloco um texto .













VENDAVAL
Ó vento do norte, tão fundo e tão frio,Não achas, soprando por tanta solidão,Deserto, penhasco, coval mais vazioQue o meu coração!
Indômita praia, que a raiva do oceanoFaz louco lugar, caverna sem fim,Não são tão deixados do alegre e do humanoComo a alma que há em mim!
Mas dura planície, praia atra em fereza,Só têm a tristeza que a gente lhes vêE nisto que em mim é vácuo e tristezaÉ o visto o que vê.
Ah, mágoa de ter consciência da vida!Tu, vento do norte, teimoso, iracundo,Que rasgas os robles - teu pulso dividaMinh'alma do mundo!
Ah, se, como levas as folhas e a areia,A alma que tenho pudesses levar -Fosse pr'onde fosse, pra longe da idéiaDe eu ter que pensar!
Abismo da noite, da chuva, do vento,Mar torvo do caos que parece volver -Porque é que não entras no meu pensamentoPara ele morrer?
Horror de ser sempre com vida a consciência!Horror de sentir a alma sempre a pensar!Arranca-me, é vento; do chão da existência,De ser um lugar!
E, pela alta noite que fazes mais'scura,Pelo caos furioso que crias no mundo,Dissolve em areia esta minha amargura,Meu tédio profundo.
E contra as vidraças dos que há que têm lares,Telhados daqueles que têm razão,Atira, já pária desfeito dos ares,O meu coração!
Meu coração triste, meu coração ermo,Tornado a substância dispersa e negadaDo vento sem forma, da noite sem termo,Do abismo e do nada!
Fernando Pessoa, 16-2-1920.



::Escrito por Madame Bovary as 08:49


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