terça-feira, janeiro 15, 2008
Embriaguem-se Charles Baudelaire
É preciso estar sempre embriagado.
Aí está:
eis a única questão.
Para não sentirem
o fardo horrível do Tempo
que verga e inclina para a terra,
é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê?
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
Mas embriaguem-se.
E se, porventura,
nos degraus de um palácio,
sobre a relva verde de um fosso,
na solidão morna do quarto,
a embriaguez diminuir ou desaparecer
quando você acordar,
pergunte ao vento,
à vaga,
à estrela,
ao pássaro,
ao relógio,
a tudo que flui,
a tudo que geme,
a tudo que gira,
a tudo que canta,
a tudo que fala,
pergunte que horas são;
e o vento,
a vaga,
a estrela,
o pássaro,
o relógio responderão:
"É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do Tempo,
embriaguem-se;
embriaguem-se sem descanso".
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
Aí está:
eis a única questão.
Para não sentirem
o fardo horrível do Tempo
que verga e inclina para a terra,
é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com quê?
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
Mas embriaguem-se.
E se, porventura,
nos degraus de um palácio,
sobre a relva verde de um fosso,
na solidão morna do quarto,
a embriaguez diminuir ou desaparecer
quando você acordar,
pergunte ao vento,
à vaga,
à estrela,
ao pássaro,
ao relógio,
a tudo que flui,
a tudo que geme,
a tudo que gira,
a tudo que canta,
a tudo que fala,
pergunte que horas são;
e o vento,
a vaga,
a estrela,
o pássaro,
o relógio responderão:
"É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do Tempo,
embriaguem-se;
embriaguem-se sem descanso".
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
::Escrito por Madame Bovary as 17:57
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