sábado, outubro 07, 2006
Não se enganem comigo!
Não se enganem comigo
eu vago sozinha
menina vagante
Não esperem que eu corresponda aos seus sonhos
Sou muito mais do que vocês possam imaginar
Tenho longas caminhadas que ,me marcaram as pernas
Por estradas que não se encontram em mapas
por campos onde o vento rasteiro fustiga a relva
e indica a direção...
Possuidora de
feridas que nunca vão cicatrizar
me vesti para a festa
Portanto
crianças não me contem suas dores
já não sou solidária com a humanidade
meu socialismo tem lugar para dois
Sou uma mulher com o Sul impresso na alma
o assovio do Minuano norteia minha história
mesmo aqui onde o inverno é apenas um
exercício da memória todas as manhãs acordo
com a geada na janela
Já não tenho muita gente
nunca fui uma moça de família
fui uma boa filha de minha mãe
portanto não esperem muito de mim
Ainda não sou completa
Me descontruo todos os dias
Penélope sem espera
sem o perdido herói
sem lágrimas
sem vinha sem uvas
ainda me resta a capacidade de amar
e muita amargura
quase toda saudade e um pouco de verdade
portanto, não esperem muito de mim
penso muito em viajar
círculos em círculos
tenho pouco tempo para tudo
eu gosto da solidão embora a tenha tão pouco
meus antigos amigos quase não vejo
gosto de música, poesia e cerveja
de dançar eu gostava
só peço que não esperem muito de mim
a lua cheia sacode o ombros da romântica que se esconde
do mundo dentro de mim
Deus é minha dúvida primordial
Minha fúria está quase domesticada
mantenho a porta da jaula aberta
portanto, não esperem muito de mim
não estou aqui para suprir necessidades
Espero por mim na próxima página de cada livro que leio
na dobra da esquina
e uma bola de gude vai rolando
pela Rua da Ladeira... Tudo isso é apenas brincadeira.
Portanto, não eperem nada de mim.
ZÉLIA CAVALHEIRO
eu vago sozinha
menina vagante
Não esperem que eu corresponda aos seus sonhos
Sou muito mais do que vocês possam imaginar
Tenho longas caminhadas que ,me marcaram as pernas
Por estradas que não se encontram em mapas
por campos onde o vento rasteiro fustiga a relva
e indica a direção...
Possuidora de
feridas que nunca vão cicatrizar
me vesti para a festa
Portanto
crianças não me contem suas dores
já não sou solidária com a humanidade
meu socialismo tem lugar para dois
Sou uma mulher com o Sul impresso na alma
o assovio do Minuano norteia minha história
mesmo aqui onde o inverno é apenas um
exercício da memória todas as manhãs acordo
com a geada na janela
Já não tenho muita gente
nunca fui uma moça de família
fui uma boa filha de minha mãe
portanto não esperem muito de mim
Ainda não sou completa
Me descontruo todos os dias
Penélope sem espera
sem o perdido herói
sem lágrimas
sem vinha sem uvas
ainda me resta a capacidade de amar
e muita amargura
quase toda saudade e um pouco de verdade
portanto, não esperem muito de mim
penso muito em viajar
círculos em círculos
tenho pouco tempo para tudo
eu gosto da solidão embora a tenha tão pouco
meus antigos amigos quase não vejo
gosto de música, poesia e cerveja
de dançar eu gostava
só peço que não esperem muito de mim
a lua cheia sacode o ombros da romântica que se esconde
do mundo dentro de mim
Deus é minha dúvida primordial
Minha fúria está quase domesticada
mantenho a porta da jaula aberta
portanto, não esperem muito de mim
não estou aqui para suprir necessidades
Espero por mim na próxima página de cada livro que leio
na dobra da esquina
e uma bola de gude vai rolando
pela Rua da Ladeira... Tudo isso é apenas brincadeira.
Portanto, não eperem nada de mim.
ZÉLIA CAVALHEIRO
::Escrito por Madame Bovary as 22:10
3 Comentários:
Esse me impressiona...
Evoca o triste e o sábio, o feito e o não feito, como se caminhando por um labirinto construído de memórias e desejos, feito do dia a dia e pelo porvir. Um local fora do presente, mas entre o passado e o futuro. Feito, em sua essência, de sensações e sentimentos.
Olha, fazendo sucesso, uma maiga do trabalho pediu para imprimir esse texto!!!
Não espero o que imagino... mas devo sempre esperar por alguma coisa. Algum movimento, alguma ação, algum texto.
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