domingo, outubro 15, 2006
Sonho: o olho por trás do olho
Resumo : sonhei estar numa casa sozinha, ao olhar para fora eu vi meu próprio olho me espiando. 13/10/06
O ambiente não era estranho, mas ao mesmo tempo conseguia se manter desconhecido. Objetos de saídos de outros (vários) lugares e instantes da minha tragetória. A nova arrumação causa angústia. Angústia maior causa o que está do lado de fora. O Desconhecido. Sei que lá, além da parede, terei que encarar o inesperado. Mesmo no ambiente incômodo me sinto mais perto do que sempre acreditei ser, ou fui. Olho, espio, espiono apenas. Não seria ahora de escancarar as janelas e as portas? O buraco por onde meu olhar escapa tem o tamanho exato do meu espiar, é o suficiente para saber que do outro lado estou eu. Com todos os meus poros. Lá estou eu. Como num espelho, o diferencial é que a imagem não repete os meus gestos, não vive meus desejos. É outra pessoa, outras vontades. Alguém que conheço de relance. Ficar aqui dentro é sufocante, claustrofóbico. Figuras incongruentes, o Eu de fora com o Eu de dentro. Sei que não encontrarei a mim mesma e por isso o pavor inicial.
ZÉLIA CAVALHEIRO
O ambiente não era estranho, mas ao mesmo tempo conseguia se manter desconhecido. Objetos de saídos de outros (vários) lugares e instantes da minha tragetória. A nova arrumação causa angústia. Angústia maior causa o que está do lado de fora. O Desconhecido. Sei que lá, além da parede, terei que encarar o inesperado. Mesmo no ambiente incômodo me sinto mais perto do que sempre acreditei ser, ou fui. Olho, espio, espiono apenas. Não seria ahora de escancarar as janelas e as portas? O buraco por onde meu olhar escapa tem o tamanho exato do meu espiar, é o suficiente para saber que do outro lado estou eu. Com todos os meus poros. Lá estou eu. Como num espelho, o diferencial é que a imagem não repete os meus gestos, não vive meus desejos. É outra pessoa, outras vontades. Alguém que conheço de relance. Ficar aqui dentro é sufocante, claustrofóbico. Figuras incongruentes, o Eu de fora com o Eu de dentro. Sei que não encontrarei a mim mesma e por isso o pavor inicial.
ZÉLIA CAVALHEIRO
::Escrito por Madame Bovary as 18:24
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