segunda-feira, maio 15, 2006
Uma carta por debaixo da porta

Faz um tempo que não venho aqui.
Quase senti saudade.
Recebi uma carta, uma carta amiga e "tradicional". Com selo, envelope (listradinho de verde e amarelo) e carimbo dos correios. Na dita missiva, uma proposta irressistível. Trocarmos correspondência pelo método "jurássico".O que me fez pensar muito no tempo e na distância e toda relatividade aí contida. Posso dizer que, fato inusitado, encontrar uma carta embaixo da porta me fez lembrar da delícia que é abrir uma carta, a ansiedade diante do nome do remetente, a data em que foi postada e todo mistério e o friozinho gostoso que nos percorre quando isso acontece.
Quando escrevemos uma carta pessoal pensamos no outro. Naquele amigo, parente ou amor distante e em todas as palavras e no efeito que queremos causar. Um traço de individualidade. A caneta correndo pelo papel e junto com ela nossos desejos, notícias, acontecimentos, as novidades, os segredos. Entendo e sou defensora ferrenha do sagrado direito à privacidade.
Estava provando do prazer de escrever no papel. Contudo, senti saudade daqui. E acima de tudo gosto de escrever.
ZÉLIA CAVALHEIRO
::Escrito por Madame Bovary as 23:58
0 Comentários:
Postar um comentário
::Voltar