Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

sábado, setembro 29, 2007

YO NO SOY YO


Yo no soy yo.
Soy este
que va a mi lado sin yo verlo;
que, a veces, voy a ver,
y que, a veces, olvido.
El que calla, sereno, cuando hablo,
el que perdona, dulce, cuando ódio,
el que pasea por donde no estoy,
el que quedará en pie cuando yo muera.

JUAN RAMÓN JIMENÉZ

::Escrito por Madame Bovary as 20:27
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Octavio Paz Aqui


Aquí

Mis pasos en esta calle

Resuenan

En otra calle

Donde

Oigo mis pasos

Pasar en esta calle

Donde

Sólo es real la niebla

::Escrito por Madame Bovary as 20:20
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domingo, setembro 23, 2007

PRIMAVERA



Primavera

Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.


Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

::Escrito por Madame Bovary as 21:50
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domingo, setembro 16, 2007

AMO


amo lo que veo y lo que ocultas
amo lo que muestras o insinúas
amo lo que eres o imagino
te amo en lo ajeno y lo que es mío
amo lo que entregas, lo que escondes
amo tus preguntas, tus respuestas
yo amo tus dudas y certezas
te amo en lo simple y lo compleja
y amo lo que dices, lo que callas
amo tus recuerdos, tus olvidos
amo tus olores, tus fragancias
te amo en el beso y la distancia
y amo lo que amas, yo te amo
te amo por amor sin doble filo
te amo y si pudiera no amarte, se que te amaría aun lo mismo
y amo lo que amas, yo te amo
te amo por amor a dar lo mío
te amo con orgullo de quererte porque para amarte yo he nacido


amo lo que seas y lo que puedas
amo lo que afirmas, lo que niegas
amo lo que dices, lo que piensas
te amo en lo que mides y lo que pesas
y amo lo que atrapas, lo que dejas
amo tu alegría y tus tristezas
te amo en la carne y en el alma
te amo en tus crisis y en tus calmas
amo lo que pides y regalas
amo tus caricias, tus ofensas
amo tus instantes y lo eterno
te amo en tu cielo y en tu infierno
y amo lo que amas yo te amo
te amo por amor sin doble filo
te amo y si pudiera no amarte se que te amaría aun lo mismo
y amo lo que amas yo te amo
te amo por amor a dar lo mío
te amo con orgullo de quererte porque para amarte yo he nacido

Axel Fernando

::Escrito por Madame Bovary as 17:48
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Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não
MANUEL BANDEIRA

::Escrito por Madame Bovary as 17:40
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terça-feira, setembro 04, 2007

Quase


Quase
Mário de Sá-Carneiro

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
— Ai a dor de ser — quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

Momentos de alma que,desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol — vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol — e fora brasa,
Um pouco mais de azul — e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

::Escrito por Madame Bovary as 22:05
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TORNE-SE UM OCEANO


TORNE-SE UM OCEANO
por Albert Einstein

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano, ele treme de medo.
Olha
para trás, para toda a jornada: os cumes, as montanhas, o longo caminho
sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente
um
oceano tão vasto, que entrar nele nada mais é que desaparecer para
sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.

Ninguém pode voltar.

Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio
precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no
oceano
é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se
trata
de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é
desaparecimento, e por outro lado é renascimento.

Assim somos nós. Voltar é impossível na existência. Você pode ir em
frente e
se arriscar: Torne-se OCEANO!!! A mente que se abre a uma nova idéia
jamais
voltará ao seu tamanho original.

::Escrito por Madame Bovary as 22:02
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Je

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Local: Brasília, DF, Brazil

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