Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

sexta-feira, agosto 25, 2006


NO DIA DE HOJE
Agenda

aujourd'hui

muitas coisas para fazer
pessoas com quem falar
procurar o lápis perdido
ligar para a dermatologista

pagar a contas no banco
acho que não tenho tempo
se o tempo é uma conquista
vão cortar meu telefone?

meu Deus me dê saco
para aguentar o tranco
"tranco" foi para rimar com "banco"
e se o saldo estiver em branco?
Irão cortar meu telefone?

A Ana acaba comigo
o Gui precisa comunicar-se com os amigos
e eu ligar para a dermatologista
lembrei da papelaria
acabram-se os clipes

meu cabelo tá uma droga
seco que nem uma palha
"Zélia vc deve cumprir seus horários de trabalho"
ah! que droga ...que c...lho

Ainda não falei com Henrique
estou sem disciplina
também
quem mandou ser indisciplinada??
O verso acima é tosco
mas nesse dia fosco
socorro eu preciso de um dia branco
mas não quero ir ao banco
plutão não é mais um planeta
eu ainda sou gente?

nossa!!!!
esqueci
a pesquisa sobre o sistema solar
meu sistema está entrando em colapso
quem dera um providencial eclipse
que dure apenas dois dias



aujourd'hui


ZÉLIA CAVALHEIRO

::Escrito por Madame Bovary as 10:22
::2 Comentários



REFLEXÕES
CARL GUSTAV JUNG


Do mal, muita coisa boa resultou.
Mantendo-me calmo, nada
Reprimindo, permanecendo atento
e aceitando a realidade.

Vendo as coisas como elas são e
não como eu queria que elas fossem.

Ao fazer tudo isso, adquiri um conhecimento incomum,
assim como poderes invulgares,
de uma amplitude que jamais
poderia ter imaginado.

Sempre pensara que quando aceitamos as coisas, elas nos sobrepujam de um modo
ou de outro.

Resulta que isso não é verdade
em absoluto.
É somente aceitando as coisas
que podemos assumir uma atitude
em relação a elas.

Por isso, tenciono agora fazer
o jogo da vida, ser receptivo a
tudo que me chegar, bom e mal,
sol e sombra alternando-se eternamente; e desta forma,
aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos
positivos e negativos.

Assim, tudo se torna mais vivo
para mim. Que insensato eu fui!
Como me esforcei para forçar
todas as coisas a harmonizarem-se com o que eu pensava que devia ser...

::Escrito por Madame Bovary as 09:34
::0 Comentários


quarta-feira, agosto 23, 2006

PARA SER TUA


para ser tua
foi preciso renascer
me parir em silêncio
engolir minhas dores
"entre dores darás a luz"

deixar no caminho as dúvidas
procurar a luminosidade entre os dedos
a sincera brancura das manhãs
de todas as manhãs
em que te encontro

sou tua mulher
surgida da tua vontade
em resposta ao meu desejo
sem medos
agora sou filha do novo
do inesperado e nada do que vejo
pode me tirar do sonho
da serra das pontes
não sei de onde venho mas resnasci para ser tua

ZÉLIA CAVALHEIRO

::Escrito por Madame Bovary as 08:07
::2 Comentários


sábado, agosto 19, 2006

Saturday


Era sempre da mesma forma....o invariável onipresente como um deus
bailando diante de seus poucos sonhos...que a gente sabe, para sonhar é preciso uma certa dose de desespero. Mais adiante quem sabe? Lá muito além dessa realidade ...Bobagem! Sem garantias minha querida.... que a vida é só um instante entre o que já pensamos e aquilo que nunca chegaremos a ser. A gente pode respirar esse ar poluído de mentiras e verdades mal contadas e continuar ..mas onde encontrar o farol?? e tudo continuamente igual ...uma chuva interminável e ela olhando pelas janelas os pingos caindo no chão para o nada...alguém aí sabe o quanto é dolorosa a inutilidade da permanência dos acontecimentos? Do grito emitido para ninguém .. de ouvir o eco dos seus passos no corredor? Da vida congelada para depois ser requentada? Sempre, sempre e para sempre. Ela sempre se pergunta em que lugar a tempestade vai cair e quanto tempo para chegar lá. Os raios cortando céus. Dois pés na encruzilhada.


ZÉLIA CAVALHEIRO

::Escrito por Madame Bovary as 22:31
::0 Comentários


Grande Sertão: Veredas - João Guimarães Rosa


"O senhor sabia - Diadorim:
que bastava ele me olhar com os olhos verdes
tão em sonhos, e, por mesmo de
minha vergonha, escondido
de mim mesmo eu gostava do
cheiro dele, do existir dele,
do morno que a mão dele passava para a minha mão"


"O senhor escute meu coração,
pegue no meu pulso.
O senhor avista meus cabelos brancos...
Viver - Não é? - É muito perigoso.
Porque ainda não se sabe.
Porque aprender-a-viver é que é viver, mesmo.
O sertão me produz, depois me enguliu, depois me cuspiu do quente da boca...
O senhor crê minha narração?"

[Trechos do livro Grande Sertão: Veredas - João Guimarães Rosa

::Escrito por Madame Bovary as 08:26
::0 Comentários


segunda-feira, agosto 14, 2006


Elvis Presley - Suspicious Minds

Because I love you too much baby

::Escrito por Madame Bovary as 07:16
::2 Comentários


quinta-feira, agosto 10, 2006


Poema - Ney Matogrosso




Minha primeira paixão....


Hoje queria voltar no tempo, por alguns minutos que fosse...lá para bem longe daqui
onde meus tocavam as gramas congeladas
a menina magrela e tímida andava em silêncio entre
as vacas que soltavam fumaça pela boca toda vez que respiravam
com os cadernos debaixo do braço eu caminhava inventava outras realidades
meus amigos imaginários me acompanhavam
com medo de cachorro louco e doida para chegar em casa
saudade da minha mãe do calor bom de um abraço de histórias contadas na cama
tanta gente na cama de minha mãe uma multidão o mundo inteiro
todo o meu mundo cabia na cama de minha mãe
-mãe conta um causo.


saudade do meu gato que morava no telhado
nunca descia..tinha medo de gente agora eu entendo
meu pai cortava lenha no inverno sem camisa
eu sabia então que ele tinha um acordo com deus para nunca sentir frio
onde anda quem me pariu?
Partiu
quem eu pari onde anda?
me partiu.

eu so queria voltar..para bem longe no tempo.
onde eu ainda não era eu.

::Escrito por Madame Bovary as 09:18
::0 Comentários


segunda-feira, agosto 07, 2006

Desconexão


Procuro a Poesia
aquela que conheça
os segredos do corpo
arrepia a alma
Um aroma novo...
Lembranças antigas de um futuro incerto...
A brisa que sopra do mar...
Os desejos ancestrais...
Carnais de velhos marinheiros sedentos...
De amores suaves....
Vibrações sensuais
Femininas...

ZÉLIA CAVALHEIRO

::Escrito por Madame Bovary as 22:00
::1 Comentários


quinta-feira, agosto 03, 2006

Meu filho amado


meus pensamentos
pressinto-os
através da neblina de dor
tudo é muito distante

procurei os anjos
mas sou uma discrente
uma dissidente
atravessei as fronteiras
perdi meu companheiro
nessa longa jornada
uma jornada sem sentido

onde está o menino
de cabelos negros
encaracolados
que falava
eu sou teu amiguinho!!
pode alguém ser tão grande?
que deixa esse vazio infinito?
o que fazer com tanto amor?


como sobreviver ao
som mudo de
uma voz que
sorridente dizia
eu te amo

parto
reparto
parto
dividida não sou nada

::Escrito por Madame Bovary as 09:57
::0 Comentários


Je

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Local: Brasília, DF, Brazil

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