Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

ACONTECEU NUM TEMPO QUE SE PERDEU NO VENTO


Aconteceu num tempo que se perdeu no vento.
A esperança era constante de musicalidade e sons de risadas que chegavam da cozinha. Nunca soube o que motivava tantas conversas risonhas, até o dia em que os soluços as substituíram. E, ávida, a vida fez-se mais real e passa a ser alguma coisa que se precisa suportar. As tardes, agora, não se esvaiam em correrias e brincadeiras infinitas e os pensamentos deixaram de ser pueris. Lágrimas são lagos de águas geladas. Despertam o corpo e aniquilam, temporariamente, o pensamento. Meninas calcem seus sapatos, vamos dançar a dança que rompe silêncios. Sua performance depende em parte dos seus sapatos. Estava displicentemente descalça e assim me encontro nesse momento.Tudo volta, mas não há retorno. Aconteceu num tempo que se perdeu no vento.

ZÉLIA CAVALHEIRO ( ASSIM ME NOMEARAM )

::Escrito por Madame Bovary as 09:07
::0 Comentários


PENSAMENTO DO DIA



A diferença entre as lembranças falsas


e as



verdadeiras é a mesma que existe


entre as jóias:


as



falsas sempre parecem mais brilhantes


e reais.



Salvador Dalí

::Escrito por Madame Bovary as 08:46
::0 Comentários


terça-feira, janeiro 22, 2008

FABRÍCIO CARPINEJAR... UM DOS MEUS FAVORITOS


Tenho visitado o blog do Fabrício Carpinejar e me surpreende, ainda, a maneira como ele consegue colocar idéias em palavras. Pensamentos cotidianos que ultrapassam o tempo diário.


POUSAR É VOAR COM ROSTO


Walter não é supersticioso.
Mas não arriscou colocar um espelho fora. Assim como não fotografa seu filho enquanto dorme. Ou não deixa o chinelo emborcado. Ou não coloca a bolsa no chão. Pequenos cuidados. Prefere não desafiar as crendices repassadas pelos pais. Pequenos respeitos.

Sem lugar nobre entre os móveis, pregou o espelho na varanda de sua chácara, entre duas janelas. Armou uma mesinha com pedras e compensados e descansou do problema.

Estive o visitando no último final de semana. Curioso é que vários pássaros pulavam das barras de madeira ao espelho. Aproximavam os bicos no reflexo. Admiravam-se. Batiam as asas e voltavam ao mesmo lugar.

Até as aves são narcisistas. Têm o céu à disposição, têm as alturas para esticar o corpo, têm as árvores como trapézios e se ajoelham a um pedaço de vidro. Em manhãs sucessivas, enfrentam o perigoso alarido humano, escapam dos cotovelos da conversa e conferem suas imagens no balcão.

As aves procuram o espelho porque são carentes. Até as aves.

A plenitude não nos completa; redobra a insegurança. Quanto mais amamos, mais a carência aumenta.

Minha mulher estará diante de mim a qualquer hora esperando que a observe. Ela não me testa. Sou seu espelho. Ela me procura para se reencontrar. Reencontrar a si: quem ela foi quando se apaixonou. Todo o dia deseja repetir a primeira vez em que eu a vi e ela se viu em mim.

Não estava linda para uma festa, para uma reunião, para um destino genérico. Estava linda para sua vida. Ela se percebeu desejada como se desejaria no futuro. Eu a desejei como ela já se desejou.

Minha mulher é essa ave que não pousará fácil. Circulará pela casa pedindo meu rosto. Uma exigência que não é chateação. Não é cobrança. Não é desespero. Criar uma modulação quando é natural se acostumar. Uma sutileza que despertará a ânsia do beijo, que trará lembranças e a tensão dos nervos.

Ela se esforça para impor diferenças. Uma sobrancelha desenhada, as unhas feitas, um brinco novo, um vestido recuperado, um sapato amansado de brilho.

Ai se não identifico. São tantas chances por dia para me apaixonar de novo. Tantas chances para devolver aquele olhar que me inaugurou como homem.

::Escrito por Madame Bovary as 15:07
::0 Comentários


terça-feira, janeiro 15, 2008

Aqui e Agora Gilberto Gil


O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui, onde indefinido
Agora, que é quase quando
Quando ser leve ou pesado
Deixa de fazer sentido
Aqui, onde o olho mira
Agora, que o ouvido escuta
O tempo, que a voz não fala
Mas que o coração tributa
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui, onde a cor é clara
Agora, que é tudo escuro
Viver em Guadalajara
Dentro de um figo maduro
Aqui, longe, em Nova Deli
Agora, sete, oito ou nove
Sentir é questão de pele
Amor é tudo que move
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
Aqui perto passa um rio
Agora eu vi um lagarto
Morrer deve ser tão frio
Quanto na hora do parto
Aqui, fora de perigo
Agora, dentro de instantes
Depois de tudo que eu digo
Muito embora muito antes
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora
O melhor lugar do mundo é aqui
E agora

::Escrito por Madame Bovary as 18:11
::0 Comentários


Embriaguem-se Charles Baudelaire


É preciso estar sempre embriagado.
Aí está:
eis a única questão.
Para não sentirem
o fardo horrível do Tempo
que verga e inclina para a terra,
é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê?
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
Mas embriaguem-se.

E se, porventura,
nos degraus de um palácio,
sobre a relva verde de um fosso,
na solidão morna do quarto,
a embriaguez diminuir ou desaparecer
quando você acordar,
pergunte ao vento,
à vaga,
à estrela,
ao pássaro,
ao relógio,
a tudo que flui,
a tudo que geme,
a tudo que gira,
a tudo que canta,
a tudo que fala,
pergunte que horas são;
e o vento,
a vaga,
a estrela,
o pássaro,
o relógio responderão:
"É hora de embriagar-se!
Para não serem os escravos martirizados do Tempo,
embriaguem-se;
embriaguem-se sem descanso".
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.

::Escrito por Madame Bovary as 17:57
::0 Comentários


quinta-feira, janeiro 10, 2008

Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!


Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
HorrívelA essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas..
.Ai de mim,
Ai de ti, ó velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!

Quintana

::Escrito por Madame Bovary as 13:21
::1 Comentários


TODOS QUEREMOS AMOR


todos queremos amor.
cada um quer o seu tipo de amor
e cada um cede ao outro o tipo de amor que possui

Meu Amor precisa ser doce
ter ouvidos generoso
alma aberta pra entender
que eu não preciso ser igual a ele para ser gente
que posso pensar por mim
mas acima de tudo meu amor precisa me amar
me amar como sou
e não me idealizar mas simplesmente me aceitar.

zelia

::Escrito por Madame Bovary as 13:11
::0 Comentários


segunda-feira, janeiro 07, 2008

LEVANTARAM AS ÂNCORAS



Levantaram as âncoras

as garras de unhas afiadas

até então, enterradas na carne negra da terra

são puxadas de só golpe terrível

Terrível como podem ser as palavras injustas

jogadas no ar escolhidas para machucar

atrevidas. desconfiadas sem um traço de ilusão

mas sei

que levantaram a âncora

e pude abrir meus braços

bandeiras aos ventos nem sempre amenos

para quem se entrega à navegação

Nenhum porto suporta

quem agora flutua no mar


marinheiro sem glória, vá sem alarde

antes que a tarde te obrigue a outra vez

ancorar.



ZÉLIA CAVALHEIRO (meu nome)


::Escrito por Madame Bovary as 14:28
::0 Comentários


quinta-feira, janeiro 03, 2008

Loucos e Santos Oscar Wilde


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

::Escrito por Madame Bovary as 11:05
::0 Comentários


quarta-feira, janeiro 02, 2008



E frutos deliciosos aí esperavam que tivéssemos fome.”
André Gide

::Escrito por Madame Bovary as 08:44
::0 Comentários


TTRENZINHO CAIPIRA





Heitor Villa Lobos


Lá vai o trem com o menino

Lá vai a vida a rodar

Lá vai ciranda e destino

Cidade e noite a girar

Lá vai o trem sem destino

Pro dia novo encontrar

Correndo vai pela terra

Vai pela serra

Vai pelo mar

Cantando pela serra o luar

Correndo entre as estrelas a voar

No ar, no ar...

::Escrito por Madame Bovary as 08:29
::0 Comentários


terça-feira, janeiro 01, 2008

2008 EM PORTO ALEGRE



::Escrito por Madame Bovary as 10:55
::0 Comentários


ONDE ESTARÁ O MEU AMOR?


Como esta noite findará
E o sol então rebrilhará
Estou pensando em você...
Onde estará o meu amor ?
Será que vela como eu ?
Será que chama como eu ?
Será que pergunta por mim ?
Onde estará o meu amor ?
Se a voz da noite responder
Onde estou eu, onde está você
Estamos cá dentro de nós
Sós...
Se a voz da noite silenciar
Raio de sol vai me levar
Raio de sol vai lhe trazer
Onde estará o meu amor ?

CHICO CÉSAR

::Escrito por Madame Bovary as 10:38
::0 Comentários


Je

Minha foto
Nome:
Local: Brasília, DF, Brazil

Lugares Bacanas

::Hotel Básico
::Melhor morrer de vodca
::Ex Cínico
::Devaneios e Conjecturas
::Clatu, Varata, Nictu
::Dispersando...
::Quod scripsi,scripsi

Bobagens Recentes

::Solemnia Verba antero de quental
::DISCRIMINAÇÃO RACIAL
::ADIAMENTO FERNANDO PESSOA
::ÁGUAS PASSADAS.
::A postagem anterior é apenas uma tentativa de dire...
::MADAMES
::ELEGIA OBESCENA bELCHIOR
::DESIGN
::SUPERGATOS
::FELICIDADE

Já Foi

::fevereiro 2006 ::março 2006 ::abril 2006 ::maio 2006 ::junho 2006 ::julho 2006 ::agosto 2006 ::setembro 2006 ::outubro 2006 ::novembro 2006 ::dezembro 2006 ::janeiro 2007 ::fevereiro 2007 ::março 2007 ::abril 2007 ::maio 2007 ::junho 2007 ::julho 2007 ::agosto 2007 ::setembro 2007 ::outubro 2007 ::novembro 2007 ::dezembro 2007 ::janeiro 2008 ::fevereiro 2008 ::abril 2008 ::maio 2008 ::junho 2008 ::julho 2008 ::setembro 2008 ::outubro 2008 ::novembro 2008 ::dezembro 2008 ::janeiro 2009 ::março 2009 ::abril 2009 ::maio 2009 ::junho 2009 ::dezembro 2009 ::março 2010 ::agosto 2010