Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

quarta-feira, junho 28, 2006

PRELÚDIOS-INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DO AMOR.



I
Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.

Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.

Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas.
E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

II
Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.

Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.

Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
(...)

[Júbilo memória noviciado da paixão (1974)]
[in Poesia: 1959-1979/ Hilda hilst. - São Paulo: Quíron; (Brasília): INL, 1980.]

::Escrito por Madame Bovary as 08:04
::0 Comentários


domingo, junho 25, 2006

Silêncio



Em tantos
minutos silenciosos
o tempo vai brincando devagar
segundos sem pressa
formando musgo nas pedras
escondem-se
nas sombras das árvores
vestidas
de flores vermelhas
sonolento o rio passa
sonolento passeia
entre pedras e areia
a àgua geme baixinho
um simples murmúrio
a espera do sol
um raio de sol vagabundo
que dançe nas folhas

e a criança sorri
o sorriso alto solto
desperta o silêncio

O silêncio é um raio de sol vagabundo.

ZÉLIA CAVALHEIRO acho q a zhelda se foi...!!

::Escrito por Madame Bovary as 21:40
::3 Comentários


sábado, junho 24, 2006


Tenho Novo - Sidney Magal

quem resiste a tanto charme?..... O homem que dos mil braços mil noites .....e todas as sensações

::Escrito por Madame Bovary as 08:02
::2 Comentários


quinta-feira, junho 22, 2006

Depois de Nós.....



Hoje os ventos do destino
Começaram a soprar
Nosso tempo de menino
Foi ficando para trás
Com a força de um moinho
Que trabalha devagar
Vai buscar o teu caminho
Nunca olha para trás
Hoje o tempo voa nas asas de um avião
Sobrevoa os campos da destruição
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Hoje o céu está pesado
Vem chegando temporal
Nuvens negras do passado
Delirante flor do mal
Cometemos o pecado
De não saber perdoar
Sempre olhando para o mesmo lado
Feito estátuas de sal
Hoje o tempo escorre dos dedos da nossa mão
Ele não devolve o tempo perdido em vão
É um mensageiro das almas dos que virão ao mundo
Depois de nós

Engenheiros

::Escrito por Madame Bovary as 23:58
::0 Comentários


segunda-feira, junho 19, 2006

SONT LES MOTS


É difícil acordar após uma noite em que a alma rola de um lado para outro dentro do meu corpo..........mas eu deveria trabalhar cedo.....palavras....busco entre elas alguma mágica e forte o suficiente para me libertar. Como tudo já foi dito antes.....posso me repetir. Eu era a indiferente. Nada ,mas nada mesmo......acho q poderia ler o Aurélio todinho e nada ..... peço um help aos Beatles .....eles me cedem les mots qui vont trés bien ensemble.....( trocadilho podre, como todo trocadilho)

ZÉLIA CAVALHEIRO


THAT'S ALL I WANT TO SAY
UNTIL I FIND A WAY
WILL SAY THE ONLY WORDS I KNOW
THAT YOU'LL UNDERSTAND
I NEED YOU, I NEED YOU, I NEED YOU
I NEED TO MAKE YOU SEE
OH WHAT YOU MEAN TO ME
UNTIL I DO I'M HOPING YOU
WILL KNOW WHAT I MEAN ... I LOVE YOU
I WANT YOU, I WANT YOU, I WANT YOU
SONT LES MOTS

::Escrito por Madame Bovary as 09:40
::3 Comentários


sexta-feira, junho 16, 2006

O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam



O jardim dos caminhos que se bifurcam

"Na maioria desses tempos,
nós não existimos;
em alguns,existe o senhor e não eu;
em outros, eu, não o senhor;
noutros, os dois.
Neste, que um acaso favorável me apresenta,
o senhor chegou em minha casa;
em outro, o senhor,
ao atravessar o jardim,
encontrou-me morto;
noutro, eu digo essas mesmas palavras,
porém sou um erro, um fantasma.

"O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, de Jorge Luis Borges

FOTO : ZÉLIA CAVALHEIRO. UnB

::Escrito por Madame Bovary as 09:47
::0 Comentários


quinta-feira, junho 08, 2006

Análise Fernando Pessoa


ANÁLISE


Tão abstrata é a idéia do teu ser
Que me vem de te olhar, que,
ao entreter
Os meus olhos nos teus,
perco-os de vista,
E nada fica em meu olhar,
e dista
Teu corpo do meu ver tão longemente,
E a idéia do teu ser fica tão rente
Ao meu pensar olhar-te,
e ao saber-me
Sabendo que tu és,
que, só por ter-me
Consciente de ti,
nem a mim sinto.
E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto
A ilusão da sensação, e sonho,
Não te vendo, nem vendo, nem sabendo
Que te vejo, ou sequer que sou, risonho
Do interior crepúsculo tristonho
Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.
Fernando Pessoa, 12-1911

::Escrito por Madame Bovary as 11:42
::0 Comentários


Humano Hum


HUMANO HUM
Lavrar a palavra a pá,
como quem prepara um pão.
Quando o mar virar sertão,
nossa palavra será
tão humana como o pão.
E o canto que soar um palavrão
se mostrará como é:anjo de espada na mão

Belchior.

::Escrito por Madame Bovary as 09:29
::0 Comentários


segunda-feira, junho 05, 2006



Receitinha básica para quem passou o final de semana na cama com uma caixa de lenços de papel. Gengibre, canela em pau, cravo da índia e mel (por minha conta). Depois do suador vc se sente novamente um ser humano.


ZÉLIA CAVALHEIRO

::Escrito por Madame Bovary as 10:52
::0 Comentários


Je

Minha foto
Nome:
Local: Brasília, DF, Brazil

Lugares Bacanas

::Hotel Básico
::Melhor morrer de vodca
::Ex Cínico
::Devaneios e Conjecturas
::Clatu, Varata, Nictu
::Dispersando...
::Quod scripsi,scripsi

Bobagens Recentes

::Solemnia Verba antero de quental
::DISCRIMINAÇÃO RACIAL
::ADIAMENTO FERNANDO PESSOA
::ÁGUAS PASSADAS.
::A postagem anterior é apenas uma tentativa de dire...
::MADAMES
::ELEGIA OBESCENA bELCHIOR
::DESIGN
::SUPERGATOS
::FELICIDADE

Já Foi

::fevereiro 2006 ::março 2006 ::abril 2006 ::maio 2006 ::junho 2006 ::julho 2006 ::agosto 2006 ::setembro 2006 ::outubro 2006 ::novembro 2006 ::dezembro 2006 ::janeiro 2007 ::fevereiro 2007 ::março 2007 ::abril 2007 ::maio 2007 ::junho 2007 ::julho 2007 ::agosto 2007 ::setembro 2007 ::outubro 2007 ::novembro 2007 ::dezembro 2007 ::janeiro 2008 ::fevereiro 2008 ::abril 2008 ::maio 2008 ::junho 2008 ::julho 2008 ::setembro 2008 ::outubro 2008 ::novembro 2008 ::dezembro 2008 ::janeiro 2009 ::março 2009 ::abril 2009 ::maio 2009 ::junho 2009 ::dezembro 2009 ::março 2010 ::agosto 2010