Madame Bovary

Sempre foi assim Um antigo encantamento pelas palavras, música e poesia...imagens QUE TRADUZEM O inconsciente. O amor é meu alimento,somente entendo a vida pelas vias da paixão, da delicadeza, da clara beleza. Pelos olhos femininos que me mostram o universo cheio de curvas paisagens distantes, muito mais no tempo que no espaço. O espaço é meu. E de todas as almas vermelhas.

domingo, julho 30, 2006

Sensation Rimbaud



Pas les beaux soirs d’été, j’irai dans les sentiers
Picoté par les blés, fouler l’herbe menue:
Rêveur, j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds:
Je laisserai le vent baigner ma tête nue.

Je ne parlerai pas,
je ne penserai rien…
Mais un amour immense entrera dans mon âme,
Et, j’irai loin, bien loin; comme un bohémien
Par la Nature, — heureux comme avec une femme!
(1870)


Nas belas tardes de verão, pelas estradas irei,
Roçando os trigais, pisando a relva miúda:
Sonhador, a meus pés seu frescor sentirei:
E o vento banhando-me a cabeça desnuda.

Nada falarei,
não pensarei em nada:
Mas um amor imenso me irá envolver,
E irei longe, bem longe, a alma despreocupada,
Pela Natureza — feliz como com uma mulher.

::Escrito por Madame Bovary as 09:38
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quinta-feira, julho 27, 2006

Quero


Quero

Quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: Eu te amo.
Ouvindo-te dizer: Eu te amo,creio, no momento, que sou amado.
No momento anterior
e no seguinte,como sabê-lo?
Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,desmentes
apagas teu amor por mim.
Exijo de ti o perene comunicado.
Não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
Quero ser amada por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser estade reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:amor na raiz da palavrae na sua emissão,amor
saltando da língua nacional,amor
feito som
vibração espacial.
No momento em que não me dizes:Eu te amo,inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.
Se não me disseres urgente repetido
Eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.

Carlos Drummond de Andrade

::Escrito por Madame Bovary as 08:31
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segunda-feira, julho 24, 2006

Meu anjo particular



meu anjo particular


dedos longos
me toca a alma
mas nem por isso me acalma

asas invisíveis
eu as adivinho
entrevejo-as
entre um beijo
e uma curva do caminho

quando abri os olhos
ele passava ao meu lado
de onde vinha
nunca soube

não importa

só sei que não posso mais
subir as ruas sem seu riso e seus
longos dedos dentro do meu
decote....

Em minha pele
ele
marcou seu nome


Me batizou com sua
saliva
agora não sou mais
uma deusa pagã.


A ele faço meus votos
por ele ando descalça
corto meus cabelos
deito nua entre as
estrelas

E todos os dias
antes do anoitecer
espero por ele
sentada na beira do mar

o seu nome tem o som do
mar...
ou seria do ar

eu amo o mar
os longos dedos
as pontas das asas
do meu anjo particular


Zélia... Fiquei tentada a assinar Zhelda.....mas...

::Escrito por Madame Bovary as 16:50
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Tia Z eu te amo!


Para minha irmã ....tia Z eu te amo..... aprendi com vc tudo q uma mulher pode precisar para se virar nesse mundo onde ser uma não basta..... generosidade ...alegria.... e muita paciência........ma soeur te amo!! Nunca vou conseguir retribuir tanto amor....


JAMAIS TE AMEI TANTO
Bertold Brecht

Jamais te amei tanto, ma soeur
Como ao te deixar naquele pôr do sol
O bosque me engoliu, o bosque azul, ma soeur
Sobre o qual sempre ficavam as estrelas pálidas
No Oeste.
Eu ri bem pouco, não ri, ma soeur
Eu que brincava ao encontro do destino negro -
Enquanto os rostos atrás de mim lentamente
Iam desaparecendo no anoitecer do bosque azul.
Tudo foi belo nessa tarde única, ma soeur
Jamais igual, antes ou depois -
É verdade que me ficaram apenas os pássaros
Que à noite sentem fome no negro céu

::Escrito por Madame Bovary as 12:09
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segunda-feira, julho 17, 2006

Voltando ao mundo das mulheres


... Não espero qualquer milagre nem nada...
Embora - admito-o - deseje
ocasionalmente alguma resposta
do céu mudo...
Silvia Plath

::Escrito por Madame Bovary as 08:51
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domingo, julho 16, 2006

Quintana


Quando coloquei o último post meu objetivo era fazer uma série sobre mulheres.....passei o final de semana lendo Quintana. Uma prazerosa tarefa ..nessas horas entrevejo motivos para continuar meu curso.......Bem, abro uma exceção para Poeta.... que soube ultrapasssar as diferenças de gênero e falar das emoções humanas da maneira mais clara limpa simples e sincera...pois não há poesia sem verdade.....




Não desças os degraus do sonho
Para não despertar os monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua vida!
E é um sonho louco este nosso mundo...

::Escrito por Madame Bovary as 19:46
::0 Comentários


segunda-feira, julho 10, 2006


Aretha Franklin 'I never Loved A Man'

A leitura da primeira frase do livro Segundo Sexo de Simone de Bouvoir "Ninguém nasce Mulher.Torna-se mulher." me fez pensar com mais cuidado no real significado de ser Mulher....do material que somos feitas....e embora seja uma construção caótica, conturbada e inconsciente, Diariamente juntamos nossas alegrias, dores, frustrações, emoções de todo tipo e jogadas num mundo racional buscamos a felicidade nossa e daqueles que amamos....cada uma tenta com seus talentos, com o que possui de melhor tecer ao redor de si a beleza ...sim nem tudo é perfeito ..não somos perfeitas ....a idéia é um mundo melhor ...e muitas mulheres conseguem com sua presença romper a escuridão ....

::Escrito por Madame Bovary as 09:47
::1 Comentários


sábado, julho 01, 2006

Eu não quero ir para o céu.


Humanos! Fala sério?! Existe ser mais estranho que o dito Humano? Passam a vida toda procurando algo do qual nada sabem. Nirvana, Paraíso, Xangrilá. Ficam em quartos escuros enclausurados, moram no topo das montanhas, andam descalços, entoam hinos, cânticos e mantras. Comem vegetais ou vivem simplesmente dos raios do sol. Teorias relativas . Tentativas todas. Perdem o melhor na busca. Existem coisas ali ao lado e não é só pecado. No sopé dos montes , nos campos abertos, nas ruas borbulhantes de vida, que apesar da fealdade é vibrante, não importa de onde vem a força que dirige seu pensamente nem seu desejo. Pode ser da mente, da alma, espírito ou corpo. O que não dá é para deixar passar o momento, o instante da mágica. Quando você toca a eternidade. Quando o tempo não existe nem relativamente. Nem tampouco sua mente. Somente a verdade brincando feliz na sua boca. O nirvana é morder levemente uma boca .Poder alimentar-se de saliva e luar. Paraíso é correr saltitante por noturnas ruas desertas, livres da presença "humana" como uma criança faria se dia fosse. O mantra "me beija... me beija.... me .... beija. Mas os Humanos querem mais . Querem o Céu. Simplemente.

ZÉLIA CAVALHEIRO

Arte de amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.A alma é que estraga o amor.Só em Deus ela pode encontrar satisfação.Não noutra alma.Só em Deus – ou fora do mundo.As almas são incomunicáveis.Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira

::Escrito por Madame Bovary as 19:47
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