quarta-feira, maio 30, 2007
terça-feira, maio 29, 2007
domingo, maio 27, 2007
PALPITE INFELIZ
MEU DEUS DO CÉU,
QUE PALPITE INFELIZ!
NOEL ROSA
::Escrito por Madame Bovary as 16:30
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sábado, maio 26, 2007
Do desejo
Porque há desejo em mim,
é tudo cintilância.
Antes, o cotidiano era um pensar alturas
Buscando Aquele Outro decantado
Surdo à minha humana ladradura.
Visgo e suor, pois nunca se faziam.
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo
Tomas-me o corpo. E que descanso me dás
Depois das lidas. Sonhei penhascos
Quando havia o jardim aqui ao lado.
Pensei subidas onde não havia rastros.
Extasiada, fodo contigo
Ao invés de ganir diante do Nada.
Se eu disser que vi um pássaro
Sobre o teu sexo, deverias crer?
E se não for verdade, em nada mudará o Universo.
Se eu disser que o desejo é Eternidade
Porque o instante arde interminável
Deverias crer? E se não for verdade
Tantos o disseram que talvez possa ser.
No desejo nos vêm sofomanias, adornos
Impudência, pejo. E agora digo que há um pássaro
Voando sobre o Tejo.
Por que não posso Pontilhar de inocência e poesia
Ossos, sangue, carne, o agora
E tudo isso em nós que se fará disforme?
Existe a noite, e existe o breu.
Noite é o velado coração de Deus
Esse que por pudor não mais procuro.
Breu é quando tu te afastas ou dizes
Que viajas, e um sol de gelo
Petrifica-me a cara e desobriga-me De fidelidade e de conjura. O desejo
Este da carne, a mim não me faz medo.
Assim como me veio, também não me avassala.
Sabes por quê? Lutei com Aquele.
E dele também não fui lacaia.
Os versos acima foram publicados no livro "Do desejo", Editora Pontes - Campinas (SP), 1992, e foram extraídos do livro "Os cem melhores poemas brasileiros do século", editora Objetiva — Rio de Janeiro, 2001, pág. 289, uma seleção de Ítalo Moriconi.
::Escrito por Madame Bovary as 19:53
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mesmo num mero sonho, e sei
imediatamente que, no momento em
que você está ausente, meu amor
por você mostra-se como ele é:
um gigante, no qual se reúnem
toda a energia de meu espírito
e todo o caráter do meu coração.
KARL MARX (de uma carta a sua esposa Jenny)
::Escrito por Madame Bovary as 12:23
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domingo, maio 20, 2007
Um ao outro! Pois o mundo, que parece
Estender-se diante de nós como uma terra de sonhos,
Tão vário, tão belo,tão novo,
Não tem realmente alegria, nem amor, nem luz,
Nem certeza, nem paz, nem remédio para dor;
E estamos aqui como numa planície sombria
Varrida por alarmes confusos de luta e fuga,
Onde cegos exércitos travam combate na noite.
Matthew Arnold
::Escrito por Madame Bovary as 22:40
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CANÇÃO DOS POVOS
Quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção.
Logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção.
Quando se torna adulto, a gente se junta novamente e canta.
Quando chega o momento do seu casamento a pessoa escuta a sua canção
"Nesta tribo da África há outra ocasião na qual os homens cantam a canção.
Se em algum momento da vida a pessoa comete um crime ou um ato social aberrante, o levam até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor.
Então lhe cantam a sua canção".
Quando reconhecemos nossa própria canção já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém."
"Teus amigos conhecem a "tua canção" e a cantam quando a esqueces.
Aqueles que te amam não podem ser enganados pelos erros que cometes ou as escuras imagens que mostras aos demais.
::Escrito por Madame Bovary as 22:28
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sábado, maio 19, 2007