sexta-feira, novembro 24, 2006
O Mundo Não Me Agrada
"É que por enquanto a metamorfose de mim em mim mesma não faz sentido. É uma metamorfose em que eu perco tudo o que eu tinha, e o que eu tinha era eu - só tenho o que sou. E agora o que sou? Sou: estar de pé diante de um susto. Sou: o que vi. Não entendo e tenho medo de entender, o material do mundo me assusta, com seus planetas e baratas..."
(Clarice Lispector)
::Escrito por Madame Bovary as 09:08
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sábado, novembro 18, 2006
no
me olvides que yo me muero
amor
mi vida sufrimiento
yo
te quiero en mi camino
por vos
cambiava mi destino
ay
abrazame esta noche
y aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acercate a mi
abrazame a ti por Dios
entregate a mis brazos
tengo
un corazón penando
yo se
que vos lo estas escuchando
con
mil lagrimas te quiero
pasión
son mi amor sincero
ay
abrazame esta noche
aunque no tengas ganas
prefiero que me mientas
tristes breves nuestras vidas
acercate a mi
abrazame a ti por Dios
entregate a mis brazos.
::Escrito por Madame Bovary as 10:01
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domingo, novembro 12, 2006
Lambe-me as seios desmancha-me a loucura
usa-me as coxas devasta-me o umbigo
abre-me as pernas põe-nas nos teus ombros
e lentamente faz o que te digo
Modo de amar – II
Por-me-ás de borco, assim inclinada…
a nuca a descoberto, o corpo em movimento…
a testa a tocar a almofada, que os cabelos afloram, tempo a tempo…
Por-me-ás de borco; Digo: ajoelhada…
as pernas longasfirmadas no lençol…
e não há nada, meu amor, já nada, que não façamos como quem consome…
(Por-me-ás de borco,assim inclinada…
os meus seios pendentes nas tuas mãos fechadas.
Modo de amar – III
É bom nadar assim em cima do teu corpo enquanto tu mergulhas já dentro do meu
Ambos piscinas que a nado atravessamos de costas tu meu amor de bruços eu
Modo de amar – IV
Encostada de costas ao teu peito
em leque as pernas abertaso ventre inclinado
ambos de pé formando lentos gestos
as sombras brandas tombadas no soalho
Modo de amar – V
Docemente amor ainda docemente
o tacto é pouco e curvo sob os lábios
e se um anel no corpo é saliente digamos que é da pedra em que se rasga
Opala enorme e morna tão fremente
dália suposta sob o calor da carne
lábios cedidos de pétalas dormentes
Louca ametista com odores de tarde
Avidamente amor com desespero e calma
as mãos subindo pela cintura dada aos dedos puros numa aridez de praia que a curvam loucos até ao chão da sala
Ferozmente amor com torpidez e raiva
as ancas descendo como cabras tão estreitas e duras que desarmam a tepidez das minhas que se abrem
E logo os ombros descaem e os cabelos
desfalecem as coxas que retomam das tua so pecado e o vencê-lo em cada movimento em que se domam
Suavemente amor agora velozmente
os rins suspensos os pulso se as espáduas
o ventre erecto enquanto vai crescendo planta viva entre as minhas nádegas
Modo de amar – VI
Inclina os ombrose deixaque as minhas mãos avancemna branda madeira
Na densa madeixa do teu ventre
Deixa que te entreabra as pernas docemente
Modo de amar – VII
Secreto o nó na curva do meu espasmo
E o cume mais claro dos joelhos que desdobrados jorram dos espelhos
ou dos teus ombros os meus: flancos na luz de maio
Modo de amar – VIII
Que macias as pernas na penumbra
e as ancas subidas nos dedos que as desviam
Entreabro devagara fenda – o fundo a febre dos meus lábios
e a tua língua
Vagarosa:
toma – morde lambe essa humidade esguia
Modo de amar – IX
Enlaçam as pernas as pernas e as ancas
o ar estagnado que se estende no quarto
As pernas que se deitam ao comprido sob as pernas
E sobre as pernas vencem o gemido
Flor nascida no vagar do quarto
Modo de amar – X
A praia da memóriaa sulcos feita a partir da cintura:
a bocaos ombros
na tua mansa língua que caminha a abrir-me devagar a pouco e pouco
Globo onde a sede se eterniza
Piscina onde o tempo se desmancha a anca repousada que inclinas as pernas retezadas que levantas
E logo são os dentes que limitam
mas logo estão os labios que adormentam no quente retomar de uma saliva que me penetra em vácuo até ao ventre
o vínculo do vento a vastidão do tempo
o vício dos dedos no cabelo
E o rigor dos corpos que já esquece na mais lenta maneira de vencê-los
Modo de amar – XI
((Teu) Baixo ventre)
Nunca adormece a boca no teu peito
a minha boca no teu baixo ventre a beber devagar o que édesfeito
Modo de amar – XII
(Os testículos)
Tenho nas mãos teus testículo se a boca já tão perto
que deles te sinto o vício num gosto de vinho aberto
Modo de amar – XIII
(As pedras – As pernas)
São as pedras meus seios
São as pernas
pele e brandura
no interior dos lábios
rosa de leite que sobe devagar na doce pedra do muco dos meus lábios
São as pedras meus seios
São as pernas
Pêssegos nus corpodescascados
Saliva acesa que a língua vai cedendo
o gozo em cima…na pedra dos meus lábios
Jogo do corpo a roçar o tempo que já passado só se de memória, a mão dolente como quem masturba entre os joelhos…uma longa história…
Estrada ocupada onde se vislumbra (joelhos desviados na almofada )
assim aberta o fim de que desfrutao fruto do odoro fundo todo do corpo já fechado.
Modo de amar – XIV
(As rosas nos joelhos)
São grinaldas de rosas à rodados joelhos
O âmbar dos teus dentes nos sentidos
O templo da boca no côncavo do espelho onde o meu corpo espiaos teus gemidos
É o gomo depois…e em seguida a polpa…
o penetrar do dedo…O punho do punhal
que na carne enterras docemente como quem adormenta o que é fatal
É a urze debaixo e o fogo que acalenta o peixe que desliza no umbigo
piscina fundana boca mais sedenta bordada a cuspo na pele do umbigo
E se desdigo a febre dos teus olhos logo me entrego à febre do teu ventre
que vai vencendo as rosas – os escolhos à roda dos joelhos, docemente.
Modo de amar – XV
(A boca – A rosa)
Entreabre-se a boca
na saliva da rosa
no raso da fenda
na fissura das pernas
Entreabre-se a rosa
na boca que descerra
no topo do corpo
a rosa entreaberta
E prolonga-se a haste
a língua na fissura
na boca da rosa
na caverna das pernas
que aí se entre-curva
se afunda
se perde
se entreabre a rosa
entre a boca das pétalas
in Poesia Erótica
::Escrito por Madame Bovary as 19:12
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quarta-feira, novembro 08, 2006
Sobre nada
por mais que procure não há becos na cidade
onde poderiam encontrar abrigo os sentimentos banidos
se esgueirando pelas ruas águas da chuva desaparecem nos bueiros
a dor nos sentidos exaltados não encontram escoedouro
a enchente instala o caos não se divisam caminhos
os modernos dilúvios são humanos Deus os deixou sozinhos
horizontes distanciados não oferecem descanso
de esperança padece essa torta poesia,
minha criança infeliz
mantém as pálpebras abertas busca manhãs promissoras
sem pressa, sabe que a luz virá dilatar as pupílas
antes da morte, antes do fim, será a vida nutriz.
A verdade é nada. É sólido abstraído.
A poesia é suor evaporado.
::Escrito por Madame Bovary as 09:53
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domingo, novembro 05, 2006
Quem tu pensas que és?
::Escrito por Madame Bovary as 09:50
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Quintana
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto...
::Escrito por Madame Bovary as 08:39
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